PELOS DIREITOS DA MULHER, AINDA UM LEMBRETE
Ao término da semana que encerra o Dia Internacional da Mulher, neste espaço de Eu conto pra você, quero lhe trazer nesta crônica as reflexões que a data sugere. Inicialmente, todos pensam tratar-se apenas de comemoração, e seria bom se fosse mesmo; no entanto, cada “8 de Março” ainda se constitui em necessário lembrete, chamando a atenção do mundo para a realidade que a mulher ainda vive em pleno 2022. E isto após tantas lutas já ocorridas, no sentido de conseguir avanços para que a mulher tenha mais espaço e voz. Além do mais, é importante salientar que todo dia deve ser Dia da Mulher, dada a relevância de seu papel para a vida humana e para uma vida social mais harmonizada e saudável.
Por que não salientar o valor já dado à mulher, desde muito tempo, quando, por exemplo, o próprio Deus a valorizou, como fez com Isabel que, embora idosa, se viu grávida e, com esse fato, ficou mudo, temporariamente, o incrédulo marido Zacarias? Também nas Escrituras se veem muitos outros eventos de valorização da Mulher, como registrado nos livros de Rute e Ester; lembrando-nos, ainda, da profetisa Miriam que tanto fez pela libertação dos hebreus. Sublime exemplo depois tivemos quando Maria, jovenzinha de Nazaré, na Galileia, corajosamente, disse Sim ao anúncio do Arcanjo Gabriel, e nela habitou a Graça. Escolhida, Maria se tornou a Mãe de Jesus que, divino e humano, em muitos momentos mostrou a valorosa participação da mulher no mundo. Foram mulheres as primeiras pessoas a anunciar a Ressurreição de Jesus.
No correr dos séculos, tantas outras mulheres fizeram ver sua força e, bravamente, venceram preconceitos, denunciaram o mal, lutaram por sua vida e pelo bem de tantas. Foi como agiram, por exemplo, a combatente francesa Joana d’Arc; a judia Anne Frank, falecida aos quinze anos, vítima do holocausto; Rosa Parks, que, negra, em sua firme decisão de manter-se sentada, negou o lugar então exigido por um homem branco e, por sua ação, tornou-se a mãe dos direitos civis; Indira Gandhi que, atuando, decidamente, foi primeira-ministra da Índia em dois períodos, a pioneira nesse posto em seu país; a escritora inglesa Virginia Woolf; Madre Teresa de Calcutá; a enfermeira Ana Néri; Irmã Dulce; Laudelina de Campos Melo, base da luta pelos direitos da mulher negra; a militante paquistanesa Malala; e tantas outras.
Muito, mas muito mais nomes de grandes e fortes mulheres há que, em seu agir, mostraram empoderamento e exemplos, com o que deixaram marcas e alcançaram vitórias para outras de novas gerações. Porém, enormes conquistas precisam vir: é inenarrável o número de mulheres que continuam sendo desrespeitadas e vítimas de preconceito em uma sociedade muito machista, com a desigualdade de direitos entre homens e mulheres, violência com a objetificação da mulher e estupro. E a mulher sofre, não poucas vezes, simplesmente por questão de gênero. Na atual guerra entre Rússia e Ucrânia, já se arrastando por mais de duas semanas, é pavoroso o que vemos sobre os ataques violentos a mulheres e mesmo a meninas e jovens adolescentes, sendo desrespeitadas e estupradas. Não bastasse o sofrimento de já terem deixado para trás em Kiev ou em outras cidades ucranianas o irmão, o pai, o filho ou o esposo que ficou para guerrear pelo país, ainda são vítimas de brutal desrespeito e agressão.
Assim exposto, entidades que buscam incentivar a mulher para que ela se valorize e por meio de sua vida e atividades defenda seu espaço e o de outras mulheres; para que nunca desistam de serem elas mesmas, fortes, autossuficientes, empoderadas e conscientes de seu valor, têm seu espaço e merecem respeito. Como faz, dentre outras entidades, a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB, fundada há 51 ano no Paraná, pela jornalista e escritora Hellê Vellozo, que possui Coordenadorias em vários estados brasileiros; também o Coletivo de Mulheres Jornalistas do Distrito Federal, sempre atento na luta pelo Direito da Mulher. Então, seja mais este lembrete do Dia Internacional da Mulher ocasião de avanços na conquista por sua valorização. Chega de vermos deslegitimados os nossos direitos.
(Vitória, 12 de março de 2022. Tempo: 06:06)
Você ouviu Margarida Drumond de Assis. Sou escritora, jornalista e professora, presidente coordenadora da AJEB/DF, 2018 a 2021; autora de textos em prosa e em verso sobre a mulher, dentre os quais a crônica intitulada “Parece frágil, mas é forte, é mulher: tantas mulheres!” e as poesias És mulher; e Essas mulheres dentro da gente.
Contatos: 61.9.8607-7680 margaridadrumond@gmail.com www.margaridadrumond.com
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