Mostrando postagens com marcador Arquivos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arquivos. Mostrar todas as postagens

Sarau

 ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS E ESCRITORAS DO BRASIL  - AJEB, COORDENADORIA DISTRITO FEDERAL (AJEB/DF)  - PRESIDENTE COORDENADORA: MARGARIDA DRUMOND DE ASSIS

 

SCRIPT DO SARAU DE COMEMORAÇÃO AOS 2 ANOS DA AJEB/DF;  CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE CLARICE LISPECTOR E BOAS-VINDAS A 2021

____________________

DATA:  27 dez. 2020, domingo        LOCAL: aplicativo Zoom

MESTRE DE CERIMÔNIA E APOIO DE TI: Tânia Gomes – Diretora de Protocolo e Eventos

PARTICIPANTES DO SARAU: Adriana Levino; Almerinda Garibaldi; Dinorá Couto Cançado; Lolô Fonseca; Margarida Drumond; Meireluce Fernandes; Lolô Fonseca; Poeta Brithowisckys; Rita Felicetti;Vanessa C. Vaz

__________________

 

- HOMENAGEM À AJEB/DF, EM SEU 2º ANIVERSÁRIO

M.C. Neste que é o último evento da ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS E ESCRITORAS DO BRASIL – AJEB,  COORDENADORIA DISTRITO FEDERAL – AJEB/DF, em 2020, teremos três momentos e nos alegramos com sua presença, aqui nas janelinhas virtuais ou somente ouvindo ou assistindo sem que possamos ver você. Obrigada.

Teremos as comemorações dos 2 anos da AJEB/DF e do Centenário de Nascimento da poeta e escritora Clarice Lispector, completados em 10 de dezembro, e um Sarau de Boas-vindas a 2021.

M.C. – Passo a palavra à Presidente coordenadora, jornalista e escritora, Profa. Margarida Drumond de Assis.

MARGARIDA: (1 min)

M.C. – Acompanhemos agora o Hino de Brasília, nossa Capital Federal, onde a AJEB teve nova instalação em 26 de outubro de 2018.

HINO DE BRASÍLIA (4 min)

M.C. – A presidente Margarida dará início às Homenagens à AJEB/DF

MARGARIDA: (2 min)

M.C. – Para fazer memória do 1º ano de atividades da AJEB/DF, passo a palavra à Vice-presidente Meireluce Fernandes.

MEIRELUCE: (com o banner de 1 ano da AJEB, 5 min)

M.C. – Antes de passarmos ao 2º ano desta entidade que congrega escritoras e jornalistas, no objetivo d“A perenidade do pensamento pela palavra”, sempre em busca de melhor espaço e voz para a mulher no cenário do Distrito Federal e Nacional, acompanhemos o Hino da AJEB.

HINO DA AJEB: (4 min)

M.C. – O 2º ano da AJEB, Coordenadoria Distrito Federal, será apresentado pela presidente coordenadora Margarida, com apoio técnico de seu filho Juliano Drumond, professor em plataforma de Mercado Financeiro.

MARGARIDA: (10 min)

M.C. – Na abertura do SARAU  DE  BOAS-VINDAS A 2021, com o nosso desejo de um ano de  muita saúde - o fim da pandemia; com muita paz e imensuráveis alegrias para todas as pessoas, trazemos  o texto “Ano Novo”, do poeta Mário Quintana. Apresentação da maestrina do Coral Alegria, ANA BOCCUCCI, queridos parceiros da AJEB/DF, e o Membro Honorário José Carlos Ferreira Brito, o POETA BRITHOWISCKYS.

 

BRITO: Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano, / Vive uma louca chamada Esperança.

ANA BOCCUCCI: E ela pensa que quando todas as buzinas, / Todos os tambores / Todos os reco-recos tocarem:

BRITO: - Ó delicioso voo!

ANA BOCCUCCI: Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada – outra vez criança. / E em torno dela indagará o povo:

BRITO:  - Como é o teu nome, meninazinha dos olhos verdes?

ANA BOCCUCCI: E ela lhes dirá /

BRITO: (É preciso dizer-lhes tudo de novo)

ANA BOCCUCCI: Ela lhes dirá bem alto, para que não se esqueçam:

BRITO: - O meu nome é ES – PE – RAN – ÇA...

****

M.C. – Teremos agora a sequência de poemas diversos apresentados por ajebianas e nosso membro honorário José Carlos Ferreira Brito.

O primeiro momento do Sarau vem com a escritora, querida ajebiana DINORÁ COUTO CANÇADO, presidente da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses – AIAB, outra importante parceria da AJEB/DF. O texto é de sua autoria, intitulado “OLHAR AMPLIADO”, que é parte de miniconto do e-book Trechos de vida

 

DINORÁ: “OLHAR AMPLIADO”

A caminho da biblioteca, Nina pensa na comemoração adiada, pois o isolamento social imposto por pandemia frustrou seus planos. Acalenta-se com a alegria da vitória, pois foram 25 anos de atividades voluntárias de inclusão. Enquanto caminha, olha o cenário familiar que registrou seus rastros forjados no tempo de voluntariado dedicado e assíduo. Detalhes no todo ganham olhar de amorosidade, um olhar diferente até com coisas, antes, incomodativas. Tomada por sentimento pleno de emoção, aproxima-se do destino onde colega cega de jornada a aguarda.

Encantamento total, parecia que seus olhos absorviam tudo que via pela frente, depois de mais de um mês sem sair à rua. Detalhes despercebidos ganharam outro olhar: um olhar de amorosidade. Tamanha era a emoção, pondo-se no lugar da companheira cega. Até toco bem na entrada da biblioteca e prejudicial à acessibilidade despertou carinho, bem como mato subindo pelas paredes desse espaço inclusivo.

            Adentrando no espaço, já fechado pela pandemia, os cumprimentos sem poderem abraçar, o local, antes recheado de gente, agora, com apenas quatro pessoas, possibilitou, ainda, uma gravação inusitada, de improviso mesmo, da 1ª atividade de muitas que viria, intitulada “Uma visita virtual à Bibliobraille”, bastante apreciada nos meses adiante, nas redes sociais.

Com essa situação vivenciada, vieram eventos inovativos, diversificados e inclusivos, no formato on-line: Bodas de Prata, Curso Inclusão Social Brasiliense, onde vários desdobramentos vêm surgindo... incluindo pessoas com deficiência visual, como o blog aiabbrasilia.blogspot.com.

****

M. C. – Agora, esta ajebiana que dirige o presente Cerimonial, Tânia Gomes, escolheu para lhes apresentar o poema “Alegria do Natal’, da escritora baiana Maria de Carvalho Leite. É sobre ela que lhes falo agora, vindo o texto com apresentação, na sequência, pela escritora PROFA. ADRIANA LEVINO.

 

M. C. - TÂNIA: Maria de Carvalho Leite, a conhecida Maria Dolores no Espiritismo, renasceu em Bonfim da Feira (Bahia) em 10 de setembro de 1901 e desencarnou, vitimada por pneumonia, em 27 de julho de 1958; teve três irmãos e duas irmãs; seus pais terrestres foram Hermenegildo Leite e Balmina de Carvalho Leite. Maria Dolores, também chamada de Madô e de Mariinha, diplomou-se professora em 1916 e lecionou no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, ambos em Salvador - Bahia; durante sua vida dedicou-se à Arte Poética e foi redatora-chefe, durante 13 anos, da página feminina do Jornal O Imparcial, além de colaborar no Diário de Notícias e no Imparcial: sua produção poética foi reunida no livro Ciranda da Vida.

 

ADRIANA:  ALEGRIA DO NATAL” – Maria Dolores

Agradeço, Jesus,
A bênção do Natal que nos renova e aquece
Em vibrações de paz aos júbilos da prece,
Que te louvam, dos Céus ao pó que forra o chão!...
Agradeço a mensagem que te exalta,
Reacendendo o Sol da Nova Era
Nos cânticos da fé viva e sincera
Que nos refaz e eleva o coração.

Agradeço as palavras em teu nome,
Naqueles que conheço ou desconheço,
Que me falam de ti com bondade sem preço,
Conservando-me em ti, seja em que verbo for,
E as afeições queridas que me trazem,
Por teu ensinamento que me alcança,
A sublime presença da esperança
Ante a força do amor.

Agradeço o conforto
De tudo o que recebo em forma de ternura,
Na mais singela flor que me procura
Ou na prece de alguém
E as generosas mãos que me auxiliam
A repartir migalhas de consolo,
Seja um simples lençol ou um simples bolo
Para a festa do bem.

Agradeço a saudade
Dos entes que deixei noutros campos do mundo,
Que me deram contigo o dom profundo
De aprender a servir, de entender e de orar,
Os afetos que o tempo me resguarda
Sob fulgurações que revejo à distância,
Induzindo-me a ver-te entre os brincos da infância
Nas promessas do lar!...

Por tudo em que o Natal se revela e se expande
A envolver-nos em notas de alegria
Que o teu devotamento nos envia
Em carícias de luz,
Pelo trabalho que nos ofereces,
Perante a fé maior que hoje nos invade,
Para a edificação da Nova Humanidade,
Sê louvado, Jesus!...

****

M.C. – Agora, a jornalista e escritora VANESSA C. VAZ, hoje Membro Correspondente da AJEB/DF, apresenta a sua crônica “Leilão de virtudes”, do seu livro, no gênero Crônicas, Mosaico de mim.

 

VANESSA:  “Leilão de virtudes”, de Vanessa C. Vaz

“Não há ideologia superior à generosidade.”

Ulisses Riedel

 

  Um leilão de mulheres reuniu todos os homens da cidade.  

 

   Uma senhora agradável, a Sabedoria, despertou curiosidade e interesse de muitos. Casar-se com ela era sinal de status. Terminou sendo conquistada pelo Aprendiz.

   A Riqueza foi idealizada por vários, mas poucos se esforçaram para alcançá-la. O Ganancioso a deixou escapar, à medida que desejava sempre mais... Por fim, terminou sendo desfrutada pelo Satisfeito com sua parte.

 

   Outra mulher muito almejada foi a Honestidade. Essa foi levada pelo Caráter.

 

   A Prudência chamou a atenção de muitos, mas foi o Bom Senso que a comprou.

 

   A Paciência foi arrematada) pelo Autodomínio.

 

   O Pensamento adquiriu a Imaginação.

 

   A Sorte fascinou milhares. Todos queriam fazer uso de sua magia. No entanto, só o Acaso pôde com ela.

 

   A Tolerância era uma jovem simples, linda e muito amável; contudo, muito cara para ser obtida. O Respeito ficou com ela.

 

   A mais disputada de todas foi a Paz. Casar-se com ela era sinônimo de felicidade. O Egoísmo tentou se apoderar dela, mas pelo modo inverso, por demanda e não por doação. Até que chegou o Amor e, com jeitinho, a conquistou.

****

M.C. Teremos, agora, a poesia “Minas meu canto”, da escritora, jornalista e Profª. Margarida Drumond de Assis, de seu livro Portal de emoções, lançado em e-book, dia 31 de outubro último. Com arte e beleza, nesta sua poesia Margarida nos traz alguns dos mais relevantes nomes e feitos da história de seu querido chão natal: Minas Gerais. APRESENTAÇÃO DELA MESMA.



“MINAS, MEU CANTO”, de Margarida Drumond de Assis

 

Dá-me a licença poética 

De estes versos assim intitular:

É o meu cantar ao chão em que nasci 

E em aconchegante canto me acolheu; 

É melodia incessante que ressoa 

E à tona traz acontecimentos, vultos, histórias. 

 

Canto, porque amo essas Gerais 

Onde amorosa família me embalou, 

E às artes, minha mãe me incentivou. 

 

Minas, de trágicos levantes,  

Lutas pela liberdade:

Cláudio Manuel da Costa, Tiradentes 

E outros destemidos que a luta abraçaram.

 

Minas de intensos amores, 

Tempos idos, lembrados sempre: 

Marília de Dirceu, bem cantou o poeta inconfidente; 

Chica da Silva, forte irreverente.

Ao amor cabe, afinal, sempre mais.

 

Minas, berço de luminosas mentes, 

Em corajosa luta por seu estado, seu país: 

Juscelino Kubitschek, em poético arroubo,  

Brasília fez nascer; 

Tancredo Neves, a esperança despertou,

Nova realidade fez nascer. 

 

Minas criativa, lírica e corajosa, musical:

Se você sabe explicar o que sente, não ama. 

- Bem escreveu Drummond - 

O amor foge de todas as explicações possíveis;

Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas 

A nossa gente mostrou;  

Carolina Maria de Jesus, poeticamente,

O Quarto de Despejo esvaziou.

 

De Otelo, Zacarias e outros bravos atores, 

Sonhos e realidades se nos vêm; 

Clara Nunes  em sua música, vestes, seu ser, 

A cultura afro divulgou;

Milton Nascimento, empoderado, 

Maria's ao mundo revelou.

 

Ah, Minas,

Essas Gerais que o peito acalenta 

E aonde sempre volto.

 

Minas é sonho, é encanto, 

É, também, a dura realidade: 

Brumadinho e Mariana,

Por barragens devastadas. 

É, porém, a doce, a sempre  amada: 

Minas Gerais

 

(ASSIS, Margarida Drumond de. Portal de emoções. “Terno berço, doce aconchego”, pág. 147. Brasília, 2020, p. 147) 

****

M.C. – Teremos com a poeta e escritora, membro do Conselho Fiscal da AJEB/DF, LOLÔ FONSECA, a poesia “A estrada”, da também escritora e poeta, Profa. Meireluce Fernandes da Silva, um soneto que faz parte de seu livro Regando a terra e a vida.

 

LOLÔ FONSECA: “A ESTRADA”, de Meireluce Fernandes da Silva

Quando coloquei os pés na estrada

Passava um ônibus com o nome vida

Passei a viajar... Talvez, de carona...

O meu lugar é na frente, na janela.

 

Todos os passageiros estão tristes

Eu, não... Estou muito feliz!

A viagem é uma verdadeira aventura...

Minha janela é a única aberta.

 

Janela esta, que modela o meu rosto

Soprando os meus cabelos

Encaracolados e sufocados pela brisa.

 

Respiro o ar puro...

Não ouço o ruído dos outros passageiros

Só quero aspirar a suave melodia da estrada da vida.

 

****


M.C. – Para nosso deleite, ouçamos neste instante  “Poemas pós-balzaqueanos de uma Lobina - “Aprendizagens”, da escritora e professora de ADRIANA LEVINO que, nestes versos, faz um magnífico  registro, trazendo à tona importantes nomes da Literatura.

 

ADRIANA: Poemas pós-balzaqueanos de uma Lobina,    Adriana Levino

APRENDIZAGENS

 

Com Clarice aprendi

Que o caminho que

Escolhi é do AMOR.

 

Com o Rosa,

Que o que vida

Quer da gente

É coragem

 

Com Graciliano

Ramos aprendi

Que o mais importante

e bonitono mundo

é queas pessoas estão

sempre em construção

 

Com Adélia,

Que Mulher

É desdobrável.

Mesmo que lhe quebrem as asas,

Ela voa...

 

Com Cora,

No momento incerto

da vida, o mais

importante é

o decidir.

 

Com Drummond

aprendi que amar

se aprende amando.

E que a DOR é

inevitável mas o

sofrimento é opcional.

 

Aprendi com Quintana que

Amar é mudar

A alma de casa.

Que todos passarão

Eu, passarinho!

 

Com Azevedo, aprendi

a sonhar, a ser

poeta e a amar...

 

Com Alencar, aprendi

a trilhar os passos

De Aurélia,

De Diva.

 

Aprendi com Bandeira

Que é preciso recomeçar todos os dias

Até a Indesejada das gentes chegar.

 

Com Henriqueta,

Novos horizontes

Paragens

mundos

Descortinei.

 

E que a poesia

É constituída

De matéria

INDIZÍVEL.

 

Com Lontra, aprendi entre muitas outras coisas,

que é preciso ter/ser/agir

Com ciência e arte!

Renascer a cada

Dia, alquímica FÊNIX.

 

Com Lemos, aprendi

Que nasci para

muito amar,

Perdoar, sonhar...

 

 

Com Mistral, com Neruda,

Aprendi a escrever meus

Felizes e tristes versos.

Com Parra,

A dar Gracias

A la vida

 

Com D. Dinis,

a despertar

o trovador

que existe em mim...

 

Com Florbela,

aprendi a ler

O misterioso livro

Do teu SER.

 

Aleluia!!!

****

M. C.  – A escritora DINORÁ COUTO CANÇADO nos traz agora a poesia, ainda inédita, intitulada “Espera”, da escritora e professora, nossa ajebiana Almerinda Garibaldi.

 

DINORÁ:  “ESPERA”, Almerinda Garibaldi

 

 

Tu me conduzes ao doce encontro com a palavra,

Paixão maior e duradoura.

Sons, cores, sons,

O momento da espera,

Calma espera ao som moderno

De uma clássica canção revisitada.

Palavras imediatas, conjuntos de conceitos,

Procurando transmissão de pensamentos sentidos.

Sentir e pensar.

A simultaneidade transforma-se em poemas.

Poemas imediatos,instantâneos,

Poemas inspirados pela fluência infinita do verbo...

****

M.C. – Teremos neste momento com o Poeta e escritor, Membro Honorário da AJEB/DF, JOSÉ CARLOS FERREIRA BRITO, Poeta Brithowisckys, o seu poema “Queria apenas escrever um poema”.

 

 

BRITO:  “QUERIA APENAS ESCREVER UM POEMA”, de José Carlos Ferreira Brito

                                                 

  Poeta  Brithowisckys

 

Queria escrever... escrever algo só para ti!

Escrever palavras de ternura, de magia....

Que brotassem das entranhas de meu coração.

Queria dizer com elas o que sinto. Como me sinto,

Pressinto.

Queria explicar os probos reais sentimentos

colocando-os em cada silaba, ditongo, tritongo

formando nas palavras os meus anseios...

os meus desejos e os meus efêmeros sonhos!

Peguei uma folha de papel em branco, suspirando

transpirando, supliquei  ao meu coração para escrever

no tum tum do seu compasso rítmo,

traduzindo as palavras em melodia

que pudessem embalar teu coração esperançoso.

Esperneei e esperei surgir cada palavra

que de mim nascia quase engasgada

mas imensa no peito que em chamas ardia,

e ficava pequenina, diminuta, quase invisível

perdida no deserto daquela página em branco,

umedecidas agora em gotas esparsas de lágrimas

Não sabia como interpretar as palavras brotadas

que advindas das entranhas de minh’alma...

Pintei a folha de azul...cor do céu,         

onde as nuvens se fazem algodões, e

na minha imaginação  sempre que

te invento, te vejo junto a mim.

Coloquei no meio uma pequena lágrima,

que depressa se transformou em mar calmo...

Num cantinho disperso desenhei um sorriso

deslumbrante e ele logo ele se tornou sol!

Olhei para a folha, e pareceu-me perfeita...

Mas ainda pálida amarelada pelo tempo

Fiquei momentâneamente sem noção

até notar que havia na praia dos sentidos

a tua ausência e a falta indelével de ti....

No mar que parecia sereno e calmo,

havia tempestades com raios e trovões de emoções,

e o sol?... Ah! o Sol, este sim queimava meu peito de saudades...

Foi aí que pensei em escrever!

Queria escrever... escrever algo só para ti.

Mas não fui capaz.... porque não se escreve

o amor que se sente, na doçura de um beijo,

na ternura de um meigo olhar,

no aconchego de um caloroso abraço

ou a tristeza de uma iminente perda,

Ou no adeus de uma despedida sem volta

Na dor de interminável de uma saudade...

Queria escrever e descrever o amor...

Porém o amor não se descreve, o amor sente-se!

 

 

M.C. – A AJEB/DF conta com parceiros diversos. Além da AIAB e Coral Alegria, são apoiadores da entidade a Associação Nacional de Escritores, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e o Sindicato dos Servidores Públicos Federais;  também artistas, dentre outros, o ator de Brasília - advogado e funcionário público, sempre a nos encantar com suas performances. 

É dele a poesia que a vice-presidente MEIRELUCE FERNANDES apresentará agora. Trata-se de seus primeiros escritos poéticos, e ele os apresentou em outubro deste ano, por ocasião do lançamento do livro Portal de emoções da escritora e poeta presidente na AJEB/DF, Margarida Drumond, pedindo-lhe a carinhosa bênção nesta nova rota artística.

 

 

MEIRELUCE: “EU TE AMO”, de Kizio Makicélio

 

Eu te amo,

porque não acredito que as pessoas não acreditam no nosso amor,

Eu te amo,

porque entendo o que elas não entendem e tampouco procuram,

Eu te amo, porque sei que você poderia amar essas pessoas tão especiais,

E preferiu a mim... 

 

****

MC. – Uma das mulheres escritoras da AJEB, desde remotos tempos, ainda no seu estado natal Rio Grande do Sul, escritora e poeta Nina Tubino, depois ajebiana do Distrito Federal, é hoje nossa insigne Membro Honorária. É dela a poesia “Sou mulher”, que ouviremos agora, COM ELA MESMA na apresentação. 

 

TÂNIA: Trata-se de um poema publicado  em mais de 100 jornais diários e culturais, inclusive em Portugal, em muitas antologias e que recebeu o 1º lugar em concurso na França, realizado  pela Academia de Letras de Bomboniere.

 

NINA TUBINO: “SOU MULHER”, de Nina Tubino

 

Sou como o vento

que lambe campos e florestas

jogando mil folhas ao léu

entra por tua janela

sem que o desejes.

 

Bafeja teu rosto nas manhãs de inverno e esvoaça teus cabelos

nas tardes de primavera. 

Sou como a chuva que abre sulco nas estradas

que rompe diques e represas mas,

que também  cai mansamente

matando a poeira do chão.

 

Sou como o sol

que mata o verme e seca a roupa 

que bronzeia tua pele

na areia da praia

e aquece do frio

o teu pequenino.

 

Sou como a fonte que geme                  

no silêncio da floresta

a dor de uma saudade

e que encanta teu coração 

com as lágrimas que derrama no regato.

Sou tudo isso e não sou nada.

Sou pó  que corre na estrada,

sou nuvem que anda no céu,

 

Sou Mulher... 

 

****

M.C. – Convido você que nos acompanha nesta live, pela plataforma Zoom, a ouvir agora “Viva a poesia!”, da escritora e poeta Maria de Lourdes Torres de Almeida Fonseca, LOLÔ FONSECA, declamada por ela mesma.

LOLÔ FONSECA - VIVA A POESIA! de Maria de Lourdes Torres de Almeida Fonseca   (Lolô Fonseca)       

Meus versos, minhas rimas,

De saudade, de amor e de paixão.

Com eles conto o que vem em meu coração.

Transformando o amor em protagonista da vida.

 

Ah! Sempre o amor a pincelar a alma.

De encanto em cada verso pensado.

De maravilhas em cada rima

Transformada em bela estrofe.

 

E aquele tal desencanto?

Que brota na alma e se transforma em lágrima,

Invadindo os versos de duras penas?

Poesia minha, quão nobre é tua sina!

 

És forte e fraca, alegre e triste.

Encantada sempre pelos anseios meus.

Com potencial de transformar a vida

Em um verdadeiro canto de vários ais.

****

M.C. – Já no finalzinho de nosso Sarau, acompanhemos a jornalista, escritora e poeta RITA DE CÁSSIA FELICETTI DE OLIVEIRA, em sua crônica de “Adeus 2020, ano do sol, Boas vindas 2021, de Vênus”, intitulada “O amor vai estar no ar”.

 

RITA FELICETTI: ADEUS 2020, ANO DO SOL, BOAS VINDAS 2021, DE VÊNUS, “O amor vai estar no ar”, de Rita de Cássia Felicetti de Oliveira

 

 

            O ano do sol trouxe muitas mudanças nas vidas de todas as pessoas do planeta. Iluminou o que estava escondido dentro e fora de nós. Os familiares passaram a conviver de uma forma mais constante. Pais e filhos se encontraram nos intervalos dos estudos e trabalhos. Casamentos acabaram porque não houve tolerância aos defeitos mútuos, mas muitos relacionamentos começaram on LINE, naturalmente.  

   Tivemos que nos acostumar a mudanças radicais de vida, porque chegou uma pandemia mundial que ninguém esperava. E olha que nem na imaginação mais fértil podíamos prever que teríamos que nos adaptar a andar de máscaras, passar álcool nas mãos fora de casa ao entrar em supermercados, farmácias... e ao voltar. 

    A vida passou a ser 90 % dentro de casa, pois os bares, restaurantes e cinemas, os clubes, parques e shoppings tiveram que ficar fechados... Até reabrir lentamente em outubro com a pressão da economia, muitos tiveram perdas incalculáveis e perderam empregos. E de novo corremos o risco de fechar com a segunda onda do Covid 19, porque a aglomerações nos ônibus e metrôs não pararam. E na Europa, tão rígida no primeiro semestre, nas férias de verão em julho e agosto não tiveram cuidado e voltaram os índices de infectados 

    A vida se voltou para as mídias, principalmente Whatsapp, Zoom, Instagram, Telegram. A Era de Aquário trouxe a tecnologia, a rapidez da Comunicação. E podemos conversar com várias pessoas ao mesmo tempo. Não com o calor humano dos abraços e beijos que o brasileiro tanto gosta, mas passamos a interagir muito mais, e mesmo as camadas mais pobres da população preferiu ter celular para todos da família do que outras necessidades. 

     E com tantos cursos on-line e grátis, o tempo passou a ficar muito curto, trazendo a necessidade de priorizar o que é mais importante de acordo com a área de interesse de cada um. Mas quem não se inscreveu e até pagou cursos on LINE e não teve tempo de assistir? Deixamos para depois, porque vai ficar gravado na plataforma e depois se pode acessar. Será? 

    Confesso que não tive mais tempo para a televisão e seu sensacionalismo sobre a doença do ano e os crimes que adoram noticiar. Não perdi nada e mantive a minha energia alta, participando de encontros de oração e meditação on LINE,  dando aulas e  fazendo práticas construtivas nas salas de Zoom. Aprendi sobre jardinagem, trabalhos manuais, dicas de nutrição, origami, ativação energética, Reiki, H'ooponopono, Terapia para os olhos, Ecologia Interna, Respirações ativas e Tarô. 1

   Acompanhei de longe as vergonhas da nossa política, brigas do presidente da República com o Supremo, Congresso passando leis estapafúrdias que aumentam a nossa dívida, Banco Central remunerando a sobra de caixa dos bancos que continuaram enriquecendo, ao invés de cumprir o seu papel de fomentar a economia com o próprio dinheiro da população depositado para gerar empregos e impostos. 

   "É hora de virar o jogo", propõe a sociedade alerta e informada pelo grupo de voluntários apoliticos da Auditoria Cidadã da Dívida. Só colocar no Google se você quiser se informar como no meio de tanto sofrimento da população com a perda de entes queridos e descaso dos governantes, ainda tiveram como se enriquecer mais e sugar a pátria amada Brasil. 

    Mas 2021 está chegando com uma energia diferente. Regido pelo planeta Vênus, do Amor Incondicional, esperamos que os exploradores do povo em todo o mundo sejam sensibilizados enquanto é tempo de não perderem suas encarnações auspiciosas, pois quem planta colherá nesta ou em outras vidas. 

   Para compensar a aura do planeta, negra com tantas tristezas, medos e angústias, tantas pessoas se uniram para auxiliar os seus irmãos, com preces e irradiações individuais ou com seus grupos religiosos on line. Nas nuvens no céu várias batalhas foram travadas e seres tenebrosos levados para outros planetas pelas naves do guardiões pleidianos. Muitas campanhas de arrecadação de dinheiro e alimentos mataram a fome de tantos. Nunca houve tantas oportunidades de auxiliar os desvalidos da sorte. 

   E você de que lado quer estar nessa separação do joio e do trigo em pleno Apocalipse? 

  Desejo a todos que em 2021 tenhamos mais Paz, Amor e Luz nos nossos corações. Muito perdão e reconciliação no ano de Vênus ! 

 

****

M.C. – Ouçamos agora a poesia “Não deixe pra depois”, de Alan Kardec Fortes, frater da Rosacruz, falecido há dois meses, com 93 anos, neste momento recebendo nossa homenagem, conforme indicação da ajebiana Rita Felicetti. Apresentação pela escritora e poeta, Profa. ALMERINDA GARIBALDI.

 

 

ADRIANA LEVINO: “Não Deixe pra depois”, de Alan Kardec Fortes

 

Eu deveria ter visto

Eu deveria ter percebido

Mas, tão apressado,

Não tinha tempo

Não vi.

 

Eu deveria ter ouvido

Mas, tão ocupado

Tão preocupado

Não ouvi

Não percebi.

 

Eu deveria também ter questionado

Mas, não seria desconfiança?

Não ficaria bem

Não questione!

 

Agora,

Vivo com o que

Não quis ver

Não quis ouvir

Não questionei

Não percebi.

 

Estava cego, surdo, mudo

Omisso.

 

 

M.C. Para encerrar, acompanhemos um texto que é bastante veiculado nas redes sociais, intitulado “Desejos”, autor desconhecido, embora atribuído ao poeta itabirano, Drummond. Apresentação pela Diretora de Cultura e Projetos, DINORÁ COUTO CANÇADO e pela Secretária da AJEB/DF, ALMERINDA GARIBALDI.

 

DINORÁ- Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada.

               

ALMERINDA -  Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar.

 

DINORÁ: Desejo que os amigos sejam mais cúmplices; que sua família esteja mais unida; que sua vida seja mais bem vivida.

 

ALMERINDA: Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

 

DINORÁ: Desejos grandes, e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade.

 

- HOMENAGEM À CLARICE LISPECTOR, EM SEU CENTENÁRIO DE NASCIMENTO

M.C. – Como terceiro e último momento deste evento com o qual encerramos o ano de 2020, teremos a homenagem à Clarice Lispector, cujo Centenário de Nascimento se completou neste ano de 2020, no dia 10 último.

A performance será com o ator Kizio Makicélio, nosso parceiro na AJEB/DF, com um fragmento de texto em prosa desta renomada escritora e poeta que foi Clarice Lispector.

KIZIO: (5 min)

M.C. – Já agradecendo a todos que nos acompanharam nesta live de encerramento de atividades, comemorando os 2 anos da AJEB/DF; os 100 anos de Clarice Lispector; e as Boas-vindas a 2021, nosso carinho e votos de um ano novo repleto de alegrias. Passo a palavra à Presidente coordenadora Margarida Drumond de Assis para suas considerações finais.

MARGARIDA: (2 min)