Margarida
Drumond de Assis
Estamos a menos de uma semana da
grande festa do Natal, tempo em que recordamos o nascimento de Jesus, Boa Nova
que nos alegra e traz esperança, ocasião naturalmente muito festiva e de grande reunião familiar. Entretanto,
agora em 2020 teremos de fazer diferente: se amamos aqueles com quem
normalmente nos reuníamos e se queremos que futuramente estejamos juntos, como
antes, devemos lhes estender, como presente natalino, em sinal desse amor
revivido com o Natal, apenas o contato virtual ou por outra forma que melhor se
enquadre a cada situação. Nada de encontros presenciais como gostaríamos, celebremos
a data apenas com aqueles com quem temos vivido diuturnamente neste tempo de
isolamento social, devido à pandemia pelo novo coronavírus. A doença do vírus,
a Covid-19, está presente, e muito forte, até mesmo com mutações no vírus que,
conforme registram as autoridades da Saúde e pesquisadores, é menos letal que o
primeiro, porém mais contagioso. No mundo, hoje, a Covid-19 já fez 1.689.925 de
mortes, dentre as quais 186.356 de
brasileiros.
Embora tudo isso, pode você
estar, relutante, pensando no alegre encontro com a família: “Mas é Natal,
quero celebrar, é tão bom o encontro!” Contudo, não nos deixemos levar por esse
apelo interior, também não acreditando no risco de sermos contaminados pelo
vírus. Melhor não, mesmo! Como fazer, então? Vejamos: no Natal temos aqueles
vários símbolos que nos aproximam do significado da data, como a árvore com
suas bolas e outros enfeites coloridos; as guirlandas; o presépio... o Papai
Noel, os sinos... Reunamos os que estão conosco em casa, procurando uma forma
de deixar o ambiente bem alegre, embora a tristeza de um encontro com menos pessoas.
Inserindo-nos nesse contexto, veremos ser possível a alegria, mesmo em âmbito
mais reservado e compreenderemos que o amor supera qualquer distância.
E mais: que tal recordar a história do Natal para as crianças ou também para
os jovens, os adultos e para os mais experientes que estão conosco? Nunca é
demais contar uma linda história; e a do menininho que nasceu em meio aos
animais, em uma estrebaria, porque não havia lugar em qualquer pousada no
percurso da viagem que faziam sua mãe e aquele que dele cuidaria com todo amor,
Maria e José, é tocante e muito nos ensina. No comecinho do Evangelho de Lucas,
por exemplo, está o importante registro histórico que há mais de dois mil anos
é recordado. Além de trazermos à tona como foi o nascimento do Deus-menino,
podemos falar também um pouco sobre a origem do bom velhinho, o dito Papai
Noel, de quem, conforme se conta, remonta à existência, no século IV, do bispo
São Nicolau que teria vivido por volta dos anos 280 depois de Cristo, na região
hoje denominada Turquia. Trata-se de um bom homem que, ordenado Bispo, muito
defendeu a Igreja, em um tempo de perseguições contra os cristãos; homem de
Deus perseguido pelo imperador Diocleciano; e, após falecido, a Igreja
reconheceu sua Santidade. Na verdade, são muitos os registros sobre São Nicolau
e vale a pena recordarmos para contá-los no gostoso momento natalino em casa,
mesmo com poucos familiares; as crianças, especialmente, e mesmo os idosos, ficarão
encantados.
Tais recursos de enfeites da casa, os contos de Natal, a história do
nascimento de Jesus, muito contribuirão para compreendermos melhor que o centro
desta data é crermos que, como Deus nos mandou Jesus, a Nova Aliança para um
mundo melhor, devemos acreditar que as dificuldades enfrentadas neste ano de 2020
serão superadas. O vírus será extinto ou, no último caso, estaremos imunes a
ele, prontos a dar sequência a tantos projetos que ficaram para trás ao longo
de todos esses meses, desde março último. Fortalecidos pelo sentimento que Deus
nos concede na celebração do Natal, também as milhares de famílias que perderam
seus entes queridos terão força para prosseguir a caminhada.
Falar
de Natal inclui oração, inclui dar graças pela vida que Deus nos tem permitido e
agradecer pela existência dos que partiram. Decerto, muitos são os que deixaram
a força de seu testemunho de amor e de luta; alguns talvez tenham vivido
em melhores condições, enquanto outros
padeceram, mas, ainda assim, mostraram-se firmes e confiantes em Deus. Assim,
considerando o valor da oração, o que vivemos com a pandemia e desejando que
ela acabe, pensemos na realidade que este triste mal escancarou para o mundo: a
desigualdade social existente em muitos países. Por exemplo, já é notório que
países mais ricos já têm garantidas três vezes mais doses de vacinas do que o
necessário para suas populações, enquanto os países de menos condições, os mais
pobres do mundo, podem passar todo o ano de 2021 sem nenhuma delas. A vacina precisa chegar a todos os povos,
indistintamente, por direito próprio de vida humana que cada um traz consigo. E
fazer acontecer esse direito a todos os povos é fazer acontecer de fato o
Natal.
Belo Horizonte, 20.12.2020
Margarida Drumond de Assis é escritora,
jornalista e professora, mineira de Timóteo radicada em Brasília, autora de
vários livros. Neste tempo de pandemia, lançou em e-book a Série de três
volumes de crônicas, “Dom Luciano, pastor e irmão” e o livro de poesias “Portal
de emoções”.
Contato: (61) 98607-7680 margaridadrumond@gmail.com Face: margaridadrumond
Parabéns presidente. Que belas é sábias palavras. Feliz Natal para todas as Ajebianas!
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