Em algum lugar as
horas esperam.
Há um canto querendo
nascer
pra colorir a manhã
de orvalho.
Em algum lugar as
pedras choram.
Os homens não
perceberam que o paraíso é aqui,
o seu tempo é hoje,
agora,
e a flor é quase
poesia.
JANELAS
Viajo num
tempo de sensações desencontradas
em que a
ausência de amanhã navega em alma rachada,
qual
bêbados que se inspiram no fundo do cálice.
como há
estrelas no céu. Há angústias, lágrimas,
abraços comovidos de quem não quer partir.
Percebo
que algo está errado: há tantas certezas
e eu não
tenho nenhuma, sou príncipe sem realeza
à procura
do limite entre a lucidez e a loucura.
Escrevo
versos inúteis, procuro a letra que mata
a dúvida,
a tristeza e desate o nó destas mágoas
para que
se abram as janelas e eu possa ver os girassóis.
E nossos passos, contrafeitos,
deixam-se ir em direções
opostas.
Em nossas lembranças,
chamados latentes
de um tempo contrário
onde um brilho que cintilava em
nosso olhar
pulsava em forma de encanto.
Hoje,
seguem lentos,
como se o peso dos anos
estivessem amarrados em nossas
vestes
e não em nossos corações.
Em pequenos lapsos,
ressurgem pegadas outras
que convergem ávidas
para o toque das mãos,
mas como miragem,
o passado voa
e nós seguimos a pé.
Conta
a história de uma menina do interior, cuja infância solitária na fazenda, de
repente, é transformada completamente. Seu pai resolve levá-la para estudar num
colégio interno. Ao ver-se arrancada de seu lar, a protagonista tem de
enfrentar um mundo desconhecido, cheio de regras e tradições bem rígidas, que
lhe causam grande conflitos e fazem nascer sentimentos até então desconhecidos.
Fatos interessantes e fortes emoções se alternam até o desfecho da narrativa.
Desconhecidos
A palavra é meu desafio,
o substrato de reconstrução da incógnita
que ainda não foi decifrada.
No emaranhado de perguntas
sem respostas, o impasse:
como registrar a ansiedade da busca
escondida à sombra das palavras?
Tenho que escandir o que pulsa em mim,
esse nublado eco que não sei versar,
que procura uma pegada reveladora,
mas na urgência não encontra.
Não basta ser uma ave,
é preciso alçar o voo,
desafiar o vento
em todas as suas direções,
ver o mundo por todos os prismas
e perceber
que cada estação tem seu encanto.
E mais: não importa a cor do dia,
há sempre um novo som
a ser extraído de um bater de asas.
NINHOS DE SOMBRAS
Entre espumas mareantes
e um céu bordado de estrelas,
lá vão elas, rente ao costado de areias,
asas em par, colhendo o dourado do sol.
Seu bico é lança que espreita,
serpenteia rumo ao alvo
no vai-e-vem incansável do voo,
onde olhos certeiros adivinham a dimensão do
paraíso.
Por vezes bruma e miragem
desenham ninhos de sombras
e o ardil é só um golpe reverso
que encobre a chave do mar.
E todas elas, plumagens brancas ou grises
cumprem a travessia da luz,
preenchem o vazio da busca
e escrevem o poema da vida
que termina onde tudo começa.
ALGUNS DEDOS DE PROSA (Contos)
Alguns Dedos de prosa poderia
perfeitamente intitular-se Muitos Dedos de Prosa. É um livro marcante e deve
constar nas estantes de leitores de aguçado gosto literário.
CAMINHOS (DI)VERSOS
São
tantos caminhos!
Uns
floridos...em outros... espinhos
E
a incerteza a uivar diante de minha janela,
onde
olhos esfumaçados denunciam temores
em
minha inquietação.
Minha
dúvidas rasgam o espelho, sem dó,
e
a esfinge se apresenta à minha frente
em
forma de opções, suplício latente,
escolhas que não posso mais adiar,
Nenhum comentário:
Postar um comentário